segunda-feira, 24 de julho de 2017

É sobre o dia de hoje, e não é para ser racional. Não consigo. Deveria ser. Simples. Não há mais nada e isso é uma enorme certeza. Mas é que hoje, especificamente hoje. Foi algo programado, como se minha mente teimasse em comemorar o dia. Hoje. Nesse horário. Amanhecendo. Limões cortados. Tentativas de se fazer notar. Um beijo não combinado. Uma carona. Uma piada. Na frente ou atrás? A queda de amigos da bicicleta. O corredor da minha casa. Posso colocar Raimundos? E sei lá, tudo isso. Hoje. Que merda é a mente humana. Eu sei que não deveria pensar. Eu sei o mal que passei. Eu sinto que o dia ainda há de piorar. Sei de tudo isso. Então por quê sofrer? É só mais um dia. É duro amar sozinha. É duro ter amado sozinha. É irracional ainda ter raiva de tudo. É irracional ainda chorar por isso. Tantos passados que não voltam. Tantas mentirar que o tempo nunca irá transformar em verdades. Tanta coisa ainda entalada, ainda fazendo mal. Uma hora passa. O tempo tem estágios. E como eles são confusos. Ora ver e não sentir nada. Ora ver e chorar. Que merda de dia. Que merda me incomodar com esse dia! Não é isso! Não devo e não posso! Ainda dói, muito. Mas o que se há de fazer? Cada vez mais amor próprio. Cada vez mais me perceber como uma grande mulher. Cada vez mais me sentir superior. Isso faz bem. Pensa no que faz bem. E pensa no que faz mal, sim, o que faz mal. O ciúme, a mentira, a traição.  Pensa nisso. Pra entender que não deve sofrer. Pra entender que esse dia é tão somente uma ilusão de um sonho que somente eu mesma construí. Por quê me afogar em um amor que nunca existiu?

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