quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Um mal dia

Acho talvez que hoje eu não esteja num bom dia e por isso crio milhões de paranóias. É como se meu dia previsse a ida de uma pessoa querida. Quando eu digo que tenho uma relação fria com a morte não significa dizer que eu não sinta a perda da pessoa. Mas morrer é um ato natural e assim deve ser tratado. Nessas ocasiões me pego pensando nas pessoas conhecidas que já se foram. Algumas me fazem triste até hoje. Meu avô Alberto e Felipe são exemplos disso. São aquelas pessoas cuja conversa ficaram pela metade. Meu avô pela minha incapacidade infantil de perceber a morte. Felipe por uma conversa terminada com ele dizendo pra eu voltar pra Salvador que lá ele diria tudo. Desculpa, meu avô, por não ter estado contigo até o final. Eu não sou a pessoa má que minha mãe, num momento de desespero, disse que eu era. Felipe, obrigada por ter sido meu amigo, meu companheiro, meu caso. Nessas ocasiões penso muito em vocês. E penso também, de uma maneira psicótica, no medo que eu tenho de Tuê morrer. Tudo que eu queria hoje era um carinho, mas nem isso. Que merda.

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